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  • Fabiana de Luna

Diabetes e saúde mental


“Quem nunca pirou com o diabetes que aplique a primeira insulina!”

Saúde mental é algo sério. Você cuida da sua?

Temos falado tanto de saúde mental, mas será que estamos, de fato, cuidando dela? Como muitas outras doenças, o diabetes é uma condição que exige MUITO de nós. E é só de nós... pai e mãe podem ajudar, especialmente quando somos crianças, mas é algo “nosso” e que vamos levar pra vida toda. Quando estamos preparados para assumir isso?

Por mais que tentemos e até tenhamos uma vida “normal”, isso só é possível com algumas restrições, muito planejamento, e dedicação.

Pensar no que comer, na correção, nos insumos, nos medicamentos, nas consultas, nos exames, nas metas, no controle, nos exercícios, e ainda pensar no resto todo da vida. A gente cansa... Mas tem escolha?

Quando penso na rotina de uma pessoa com diabetes tipo 1 logo penso: acordamos, já pensamos na glicemia, medimos e corrigimos se for o caso... pensamos no que tomar no café da manhã, na dose de insulina. Precisamos manter a meta, estudar/trabalhar, mas já pensar no que vai ser o almoço, medir, aplicar insulina, conferir 2 horas depois. Se estudamos/trabalhamos fora, precisamos pensar em quanto tempo vamos ficar fora, se vamos ter o que comer, que medicamentos/insulinas devemos levar além dos insumos. Precisamos planejar o dia de cabo a rabo, e tentar manter a linha. Vai sair pra exercitar? Medir, comer, conferir.... Vai pegar estrada? Medir, corrigir/comer, conferir... e não importa se foi mal na prova, se brigou com o chefe, se atrasou pro evento, se furou o pneu.... todo o resto, todo o quotidiano estará lá apesar do diabetes. E precisamos seguir, com glicose 350 e todo o peso no corpo que ela traz, ou acabando de sair de uma hipo, e toda a sua confusão e cansaço. A vida não para, o relógio não para, o mundo não para porque temos diabetes.

Mas apesar disso, e acima disso tudo, precisamos cuidar de nós. Ninguém vai fazer isso. Ninguém pode fazer isso a não ser nós mesmos, e se deixarmos pra “depois”... o depois pode ser tarde.

E no meio de tanta cobrança... da família, dos médicos, do nutricionista, da balança, do glicosímetro... temos as nossas próprias cobranças. Quando saímos da meta glicêmica, nem sempre com uma razão aparente, nos culpamos. Quando deixamos de fazer aquele exercício físico tão importante, nos cobramos. Quando comemos algo não tão saudável, ficamos com a consciência pesada. Nos cobramos o tempo todo, até inconscientemente, porque temos medo do futuro, medo das consequências, medo do desconhecido.

E esse medo do que pode acontecer nos adoece, nos deixa em pânico, nos assusta, nos atormenta.

Você tem cabeça pra tudo isso? Você divide suas dores com alguém? Você fala do que te aflige, do que te cansa, do que te motiva?

Porque além de tudo isso, ainda precisamos estar bem para poder, depois de todo o resto que a vida exige, poder deitar a cabeça no travesseiro, respirar fundo e agradecer por mais um dia, e se preparar para o próximo.

Além de nossa saúde física, é essencial cuidarmos de nossa saúde mental. É ela que nos traz a calma e discernimento para fazer o que é certo, dia após dia, todos os dias....

Então, meu caro amigo... não tenha medo de procurar ajuda. Existem várias formas de cuidarmos de nosso corpo e mente. Existem pessoas cheias de conhecimento e experiência para nos ajudar. Não deixe que o seu psicológico te traia, não deixe a depressão se instalar, cuide... por dentro e por fora, e lá no fundo também.... merecemos esse carinho com a gente mesmo.

A vida é a eterna busca pelo equilíbrio. E precisamos disso para ficarmos bem.

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